lunes, 10 de diciembre de 2012


Ronaldinho espeta Flamengo e elege CT do Atlético como motor de seu renascimento: “Dá gosto de treinar”

Ronaldinho anda muito benquisto. Não só pela torcida atleticana, que o alçou à condição de ídolo num piscar de olhos. Aonde chega, o craque faz roda com a boleirada.
Na cerimônia de entrega da Bola de Prata PLACAR, embora tenha ficado distante da trupe mineira composta pelos companheiros Leonardo Silva, Réver, Marcos Rocha e Bernard, o astro de boina, camisetão estampado e estilo irreverente era a grande atração.
Seja cortejado por Neymar e Lucas ou cercado por Zé Roberto e Fred, com quem se comunica frequentemente para pegar dicas de bons restaurantes em Belo Horizonte, Ronaldinho comanda as resenhas com o sorriso cheio de dentes peculiar, que andava encovado nos tempos turbulentos da Gávea.
Zé Roberto e Ronaldinho não se desgrudavam. Durante a sessão de fotos para PLACAR, o atleticano azucrinou o ex-companheiro de seleção. “Zé, esse não é seu lado bom pra foto.” Meio sem jeito, o gremista passa a Bola de Prata para o braço esquerdo e faz outra pose. “Aí, Zé, agora sim. Seu lado bom é a canhota.”
Dono do pedaço, o meia do Atlético não mediu palavras nem mesmo para cornetar o buffet requintado da festa, que ia dos canapés de carpaccio ao ravióli de cordeio. “Meu irmão, jogador vem de favela, não come essas paradas, não!”, reclamou. “Cadê a coxinha, a empadinha, o pastel frito? É duro passar fome no primeiro dia de férias.”
Mas Ronaldinho não se queixa da vida que leva em BH nem mesmo das polêmicas do apito que acompanharam o time alvinegro durante o Brasileirão. Renovou contrato com o Atlético e pretende usufruir das benesses da Cidade do Galo por pelo menos mais um ano.
Em entrevista ao blog, porém, ele deixa escapar alfinetadas ao ex-clube pelo qual, implicativamente, havia perdido o gosto de jogar e treinar.
No Flamengo, você foi criticado por se omitir em jogos importantes. Já no Atlético, o panorama mudou, e você se tornou protagonista em partidas-chave, como nos clássicos contra o Cruzeiro e diante do Fluminense…É nessas horas que, pô, todo mundo diz: nos grandes jogos, a gente vê quem é quem. Por ser um dos mais velhos da equipe e ter de criar as jogadas, eu procurei chamar a responsabilidade e levar todo mundo junto.
Muita gente duvidou de que você voltaria a jogar em alto nível. As desconfianças serviram de motivação?Ah, cara, eu gosto disso. É um incentivo a mais. As dificuldades me inspiram a buscar algo novo.
Você é movido por críticas, então?Eu sempre fui assim. Se alguém falar de mim, mexe com meu brio. Se alguém me chutar, mexe com meu brio. Se alguém me empurrar, mexe comigo. Quando eu saí do Flamengo, falaram muita coisa, muita besteira a meu respeito. E eu consegui mostrar no Galo que estou bem, que continuo sendo decisivo e um dos melhores dos campeonatos nacionais.
O que mudou do Ronaldinho do Flamengo para o Ronaldinho do Atlético?No Flamengo, nós também tínhamos um grupo bom, mas com uma estrutura completamente diferente. No Atlético, a estrutura faz com que um jogador machucado volte a jogar logo. O clube nos dá condições de manter um grupo de trabalho durante todo o ano. Dá gosto de treinar.
A estrutura do Atlético fez diferença na retomada de seu bom futebol, que resultou na conquista de sua primeira Bola de Ouro PLACAR?Toda a diferença. Temos as melhores condições para trabalhar, fazer uma boa preparação, ter vontade de treinar, num bom centro de treinamento, num bom campo. Tudo isso influencia muito no resultado final. Quando recebo um prêmio como esse [Bola de Ouro] e paro para analisar o porquê disso, penso em todos esses detalhes que o Atlético me ofereceu.
Os erros de arbitragem tiraram o título brasileiro do Atlético?Não gosto de falar sobre isso. Se tivessem errado a meu favor, eu não reclamaria. Agora, só porque foi contra mim, eu vou reclamar? Erros acontecem, coincidências existem. Méritos do Fluminense. Os caras fizeram uma campanha fora do normal. O que nos resta é pensar em melhorar a equipe para o próximo ano.

No hay comentarios:

Publicar un comentario